30 de outubro de 2006

Contradições

Uma pena que hoje para se votar em Lula tenha-se que fazer mirabolantes justificativas, dizer e desdizer uma dúzia de vezes, de mentir e explicar mentiras que vão se revelando sozinhas enquanto a pessoa segue convencendo somente a si mesma.
Há 4 anos o mesmo voto vinha carregado de otimismo, orgulho e esperança. Hoje vem repleto de conformismo, frustração e contradições.

Quem votava em Lula podia se dizer de esquerda, anti-Sarney, anti-Jader, anti-PMDB e um monte outras de coisas que hoje não pode mais. Lula beija as mãos do corrupto Jader Barbalho, sobe em palanque de mãos dadas com Sarney e aqui no Rio apoiou o bispo Crivella (e agora Sérgio Cabral) em detrimento do candidato de seu partido, enquanto isso os eleitores fingem que não vêem e seguem amando-o incondicionalmente.
O voto em Lula hoje é um voto por default nesses oligarcas regionais. Votar em Lula é fortalecer ainda mais o poder de Sarney e do Jader. Quem vota no Lula pode se considerar, na prática, eleitor de Sarney e Jader.
E, vejam bem, a priori não tem nada de mais alguém votar no Lula e, por default, apoiar o Jader e o Sarney. O complicado é conciliar isso com ataques a mesma direita obscurantista que Jader e Sarney representam - Alex Castro.
E um fenômeno curioso foi observar eleitores do Lula ficarem chocados ao ver Maluf e Collor eleitos em seus respectivos currais. Qual então será a história que contam a si mesmos para não se chocarem com seu próprio voto?
Sempre me perguntei como foi possível aos americanos terem reeleito Bush mesmo sabendo que ele emcampou uma guerra baseada em mentiras. Como é possível um cara continuar a votar no Maluf mesmo sabendo que ele roubou pra caralho? Como era possível que os integrantes "honestos" do PMDB, do PP, do PFL, do PTB, fossem tão coniventes com aqueles companheiros que notoriamente roubam?
Hoje, os petistas sabem como isso é possível. - Kitagawa (via LLL)
A vida petista era mais fácil quando tudo era uma apenas uma utopia possível, e devia ser bom depositar as esperanças num futuro que nunca ia chegar, pois dessa forma a esperança se perpetua e não há nada pior do que viver sem ela.

Quando você sonha e investe num sonho décadas da sua vida, defende com unhas e dentes, cai na porrada com os amigos e está absolutamente certo e "você vai ver só quando for a hora", será que é realmente bom que ele se realize? E se for uma merda, como você se justifica?

É muito mais confortável ser um coitadinho que nunca teve a oportunidade, como fazer parte daquela melhor banda do mundo cuja as gravadoras é que não tem visão o bastante pra contratar e o grande público é que não tem cabeça suficiente pra entender.

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