30 de setembro de 2004

QOTD

"Os estudiosos da cultura grega antiga dizem que naquela época as pessoas não consideravam os pensamentos como propriedade sua. Quando os gregos antigos tinham um pensamento, achavem que aquilo era uma ordem dada por um deus ou uma deusa. Apolo estava mandando que eles fossem corajosos. Palas Atena estava mandando que eles se apaixonassem.

Hoje em dia as pessoas ouvem um comercial de batatas fritas e vão correndo comprar um saco, mas chamam isso de livre-arbítrio" - Chuck Palahniuk

29 de setembro de 2004

Numa madrugada qualquer

- mô...
- ...
- amoor...
- hm?
- tá dormindo?
- fala
- Será que um dia eu vou ter sido uma grande perda de tempo na sua vida?
- Você já sabe a resposta. Tenta dormir um pouquinho, tá?
- mm, tá bom

Mensagem Subliminar I(cont)

Atendendo a pedidos e esclarecendo o post abaixo.
A conjunção adversativa (whatever) “mas”, pressupõe argumentos contrários nas duas partes da oração. Assim se o lendário Zezinho diz “não vou comer maçã, mas vou ganhar um brinquedo”. Ele está deixando de ganhar uma coisa, para ganhar outra.

Quando repetimos igual um gravador a frase abaixo estamos atestando que as tentações não são algo ruim e indesejável. Aliás, elas são tão maneiras que servem como parte de pagamento para que sejamos livrados do mal.

Chame de sofisma, chame de ilógico, chame de ignorância ou erro de tradução que perdura através dos séculos. Eu chamei de subliminar, dá licensa?

27 de setembro de 2004

Mensagem Subliminar I

"não nos deixei cair em tentação mas livrai-nos do mal."

23 de setembro de 2004

Nelson

Nelson tinha muitas idéias, mas era sempre fácil culpar a falta de tempo para não pô-las em prática.
Queria montar todas as invenções que pensava, tocar as músicas que criava, escrever os textos que imaginava e pintar os quadros que só ele via, em sua mente.
Um dia inspirado por um filme resolveu que tinha que realizar suas coisas e partiu para o que julgou mais fácil, entrou numa papelaria chique, comprou um caderninho e uma caneta mais bacanas que seu dinheiro pudesse pagar e voltou pra casa cheio de si - "agora vou poder escrever todas as idéias de todos os textos brilhantes que tenho na cabeça".

Tomou um banho, se arrumou, perfumou, sentou-se na mesa em que jantava todos os dias e arrumou metodicamente o caderno e a caneta, lado a lado, perfeitamente paralelos. Nelson poderia enfim mergulhar na profundidade que ele sabia que existia em si, abriu seu caderno, empunhou sua caneta, encostou-a no papel, e se afogou no nada. Levou a caneta à boca e tentou relembrar o que era tão genial sobre seus pensamentos e as idéias que tinha a todo o momento durante o banho, quando dirigia ou enquanto esperava o sono chegar. Não conseguiu lembrar de nada a não ser um antigo sonho bobo que tinha tido quando criança.

“Acordei de manhã e o Pateta estava no meu quarto com um videogame novo, ele estava jogando um jogo em que o pintinho amarelinho do programa do Gugu pulava e dava cabeçada em outros bichos”.

Releu e entristeceu-se, até então não acreditava em inspiração, mas muito no seu potencial não revelado.
Quando não tinha tempo pra isso, era fácil se imaginar escrevendo mil coisas e sempre ansiava ter uma brechinha para poder fazê-lo, mas agora era tudo tão difícil que enfim a noite pesou nas pálpebras e lhe restou depositar as esperanças no futuro – “mas pior que amanhã tem um milhão de coisas pra resolver”, pensou.
E isso foi tudo o que o caderninho registrou.

22 de setembro de 2004

Olga

Por incrível que pareça, acredito que Olga seja até hoje nossa melhor chance no Oscar. Sim, o filme é notoriamente inferior à Central ou Cidade De Deus, mas tem um trunfo e tanto na manga. Judeus morrendo.

É como se fosse uma última cartada:
- Então tá, vocês não premiaram nem o órfão, nem a seca, nem a miséria, nem a violência urbana... valeu, fiquem aí com seu holocausto de sempre.

19 de setembro de 2004

Por que isso agora?

Sempre rejeitei intensamente a moda, qualquer tipo de moda, entre outras coisas isso me manteve são e fazia eu me sentir bem, mas certamente limita a minha existência e me transforma num ovo.

Penso isso, pq só agora quando o grande oba-oba dos blogs passou e todos os diários dos deslumbrados caducaram é que me permito montar algo do gênero.
Deve haver aí uma conjunção entre eu estar mais receptivo à moda e o blog não ser mais moda, uma linha tênue q eu me permito estar.

Talvez um dia até me permita ouvir Los Hermanos e White Stripes com ouvidos menos preconceituosos...
...quando passar o oba-oba.

18 de setembro de 2004

debut

Isto não é um blog, isto não é literatura, isso não é arte, isto não é conto, isto não é crônica, isto não é opinião, isto não é um desabafo.

Apenas a pretensão de ser despretensioso, e que não achem q ando me achando, como se algum dia tivesse me procurado.

Torço para q as intenções não morram nesse único e solitário post, e q não abandone essa merda em alguns meses como faço constantemente com todas as coisas da minha vida, onde nada nunca acaba, nada nunca se conclui, tudo apenas é largado, incompletos produtos da desistência ou da preguiça e irresponsabilidade.

Mas se o fizer, quem liga?

Aqui não darei explicações, pois tais não existem e nunca existirão.